O coronel Estevão José Barbosa de Moura nasceu em Pousa, município de Taipú, em janeiro de 1810, filho de Manuel Teixeira Barbosa, comandante superior, vereador do Senado da Câmara do Natal, vice-presidente e presidente da Província do RN e Ana da Costa e Vasconcelos. Os pais proporcionaram ao jovem Estevão um ambiente de príncipe herdeiro. Seguindo a praxe endogâmica que recomendava às famílias mais ilustres, o casamento entre parentes, com o objetivo de manter a fortuna na família, em 3 de julho de 1833 Estevão Moura casou com sua prima materna Maria Rosa do Rêgo Barros, filha do Coronel de Joaquim José do Rêgo Barros e Maria Angélica de Vasconcelos, na capela do Ferreiro Torto, domínio do sogro. Destas núpcias nasceram oito rebentos, sendo as mulheres; Ana Joaquina de Moura Castelo Branco, casada com José Moreira Brandão Castelo Branco, Maria Angélica de Moura Câmara, casada com Jerônimo Cabral Raposo da Câmara, Isabel Cândida de Moura Chaves, casada com Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves e Antônia Rosa Teixeira de Moura, solteira. Os homens foram; Joaquim Manoel Teixeira de Moura, casado com Ana Joaquina da Fonseca e Silva, Manoel Joaquim Teixeira de Moura casado com Tereza Josefina da Fonseca e Silva, José Getúlio Teixeira de Moura casado com Joaquina Angélica Marinho de Carvalho e Estevão José Barbosa de Moura Júnior, falecido solteiro. Todos os casais tiveram descendência vastíssima, entrelaçada e prolifera. Estevão Moura e Maria Rosa tiveram descendência que nos faz lembrar a passagem bíblica “das estrelas do céu e das areias do mar”. A genealogia familiar apresenta cem ramos ilustres. Destaco o nome de seu bisneto Francisco Canindé de Moura (Chico Moura) casado com Joanete Moura, casal muito estimado na cidade da Macaíba. O cel. Estevão Moura foi um homem poderoso, influente e prestigiado. Teve fortuna incalculável, rebanhos imensos, fazendas, casarios, escravatura, pilhas de ouro. Sua vontade era lei. Politicamente administrou a província em três ocasiões, em 1841, 42 e 43. Foi deputado provincial nos biênios de 1840-41, 42-43, 44-45, tendo tomado parte nas sessões de 1838-39, como suplente do Dr. Pinagé. Em 10 de novembro de 1841, criou a comarca e o município da Maioridade, hoje Martins. Em 27 de janeiro de 1889 aderiu ao partido republicano que Pedro Velho fundava. Proprietário de terras que remontavam às antigas sesmarias coloniais, suas terras englobavam municípios inteiros, dezenas e dezenas de propriedades, com residência, servos, cavalos de sela, conforto e poder. Em 1874, doou uma parte de suas terras na fazenda Barra (hoje solar Caxangá) para a edificação da capela de São José, seu padroeiro. Foi o todo poderoso da região de São Gonçalo do Amarante e Macaíba. Arranjou inimizade com o major Fabrício Gomes Pedroza, quando em juízo exigiu que este redirecionasse a cerca de “Coité” que avançara sobre parte do movimentado porto local, escoadouro da produção do sertão potiguar. Tempos depois, teve um embate celebre nas crônicas do Estado com o Presidente da Província Manuel da Silva Lisboa – Parrudo - cuja solução importou na morte do arrebatado administrador. Em Macaíba, que não era ainda uma vila, Estevão Moura construiu com os próprios recursos a primeira ponte da cidade, em 1859 e em seguida, abriu a estrada que liga Macaíba a Natal via mangabeira. A parte desta estrada dentro da cidade do Natal é hoje a conhecida avenida Coronel Estevão! Foi ainda construtor do Solar Caxangá (em seu tempo Fazenda Barra). Conversei inúmeras tardes com D. Noêmia de Medeiros Moura (*1912 +2005), única moradora da praça padre João Maria, em Natal, bisneta do coronel Estevão Moura. Falava-me sobre o bisavô juntando lembranças de familiares, amigos e populares, contemporâneos do coronel que apontavam-no como um ser fantástico, irreal, ubíquo e irresistível, destacando que ele trazia ao peito uma cruz feita com madeira da terra santa, que “lhe conferia podereis especiais”. Coronel Estevão Moura! Seu nome soava como uma trombeta de guerra. Nascera no Brasil vice-reino, atravessara a Regência e viveu três anos no regime republicano depois de escoar-se o primeiro e segundo Império. Morreu paupérrimo, ignorado e esquecido em Macaíba no dia 16 de janeiro de 1891, sendo seu corpo sepultado no cemitério de São Miguel e posteriormente transportado seus restos mortais para o jazigo da família Moura, na matriz de Nossa Senhora da Conceição da Macaíba.
Político, fazendeiro, lavrador, dono de Engenhos, criou municípios e seu sangue corre em milhares de veias, perpetuando uma vida que não pode ficar na escuridão e no esquecimento.
A seguir, relacionamos os nomes de coronéis potiguares. Alguns deles com patentes oficializadas, outros não. Apenas eram tachados de “coronel”, em virtude de comandar a política potiguar em suas regiões de origem por um longo período, além de serem grandes fazendeiros, como, por exemplo: Lucas Pinto, que comandou a política apodiense por mais de três décadas.
Francisco Fausto de Souza, Mossoró/Areia Branca (19/5/1861 – 14/1/1931);
Joaquim da Silva Saldanha – QUINCA SALDANHA, Campo Grande/Caraúbas (11/12/1872 – 14/6/1932);
Bento Antonio de 0liveira, Caraúbas (27/3/1888 – 27/9/1933);
Tibúrcio Valeriano Gurgel do Amaral, Felipe Guerra/Apodi (14/4/1843 – 10/12/1933);
Francisco Ferreira Pinto, Apodi (17/4/1895 – 2/5/1934)- 1º prefeito constitucional de Apodi;
Francisco Germano da Silveira, Luís Gomes (18/4/1884 – 13/11/1934) – pai do biografado;
Fernando Gomes Pedrosa, Macaíba (30/3/1886 – 9/3/1936);
Joaquim Ferreira Chaves, (15/10/1852 – 12/3/1937) – Casou-se em primeiras núpcias em 9/2/1975, com Alexandrina Barreto Ferreira Chaves, nascida na povoação de Barriguda, atual cidade de Alexandria, no dia 15/2/1842 e falecida no Rio de Janeiro em 10/1/1921, filha de Domingos Velho Barreto Júnior. O nome da cidade de Alexandria é em sua homenagem, por ter sido a primeira dama estadual. Joaquim Ferreira Chaves, cinco vezes senador e 3 vezes governador, casou-se em segundas núpcias em 7/12/1922, com Maria Ferreira Chaves;
Marcelino Vieira da Costa, Luís Gomes (26/3/1859 – 2/12/1938) – prefeito de Luís Gomes em cinco períodos. É avô de Chiquinho Germano;
Francisco Dantas de Araújo, Pau dos Ferros (12/9/1872 – 9/9/1942) – É patrono da cidade e foi o 1º prefeito constitucional de Pau dos Ferros;
José Martiniano de Queiroz, Pau dos Ferros/Iracema-CE (16/7/1863 – 2/5/1943) – sogro de Chiquinho Germano;
Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão, Macaíba (2/10/1872 – 1/1/1944);
Demétrio do Rego Lemos, Martins (20/10/1867 – 13/5/1945);
Olinto Gurgel do Amaral, Caraúbas 15/4/1868 – 5/11/1945);
Emiliano Bezerra da Costa Avelino, Macau (22/3/1858 – 21/11/1945);
Severiano Régis de Melo, Apodi (8/11/1871 – 26/1/1946);
Joaquim Godeiro da Silva, Patu (7/11/1861 – 10/7/1947)
Antonio Gonçalves Vieira, Luís Gomes (26/3/1860 – 3/12/1947);
Joaquim Ignácio de Carvalho Filho, Martins 06/02/1888 - Natal– 09/06/1948);
João Ferreira Leite, Apodi-Mossoró (25/2/1878 – 5/3/1949);
Antonio Gurgel do Amaral, Apodi (1872 – 4/2/1950);
Rafael Fernandes Gurjão, Pau dos Ferros, Mossoró e Estado (24/10/1891 – 11/6/1952) – padrinho do biografado. 1º prefeito constitucional de Mossoró e governador do Estado do RN;
Vicente José Tertuliano Fernandes, Mossoró (9/10/1871 – 23/10/1952);
Ezequiel Mergelino de Souza, Santa Cruz (10/04/1865 – 12/04/1953) – 1º prefeito constitucional de Santa Cruz;
Valdemar de Souza Veras, Alexandria (21/01/1921 – 25/11/1993);
Clidenor Régis de Melo, Itaú (09/03/1930 – 01/07/1994), foi prefeito de Itaú em quatro mandatos;
Joaquim Inácio de Carvalho Neto, Antônio Martins (27/09/1936 – 03/02/1995) – prefeito de Antônio Martins em três mandatos;
Nelson Borges Montenegro, Ipanguassu, Assu/Ipanguassu (26/5/1915 – 1/7/1996), prefeito por duas vezes na cidade de Ipanguaçu. Casou-se em 8/12/1938, com Maria Eugênia Borges Montenegro (Lavras-MG, 7/10/1915), a qual também exerceu o mandato de prefeita de Ipanguaçu;
Jerônimo Dix-huit Rosado Maia, Mossoró (21/5/1912 – 23/10/1996) – prefeito de Mossoró em três mandatos;
Francisco Ferreira Sobrinho, Apodi-Severiano Melo (9/6/1932 – 27/11/1996);
Levanir de Freitas, Pendências (1933 – 30/12/1997);
Tarcísio de Vasconcelos Maia, Mossoró (26/8/1916 – 13/4/1998) – foi governador do Estado;
José Fernandes de Melo, Pau dos Ferros (2/3/1917 – 9/9/2001) – exerceu por cinco vezes o mandato de prefeito, uma em Encanto, outra em Água Nova e três em Pau dos Ferros;
Odorico Ferreira de Souza, Santa Cruz (27/07/1908 – 17/02/2002) – prefeito de Santa Cruz e duas vezes deputado estadual;
Adauto Ferreira Rocha, Agreste Potiguar (1915 – 24/3/2003). O penúltimo dos coronéis do Agreste Potiguar. Exerceu o cargo de prefeito em três cidades: Goianinha, Arês e Várzea;e
José Lúcio Ribeiro (Santo Antonio) avô do promotor de Justiça de Mossoró Armando Lúcio Ribeiro, este nascido em 27/4/1960, filho de Rafael Lúcio Ribeiro e de Maria Lopes Ribeiro. Foi o principal adversário de Adauto Rocha na zona canavieira, tendo sido prefeito de Santo Anônio, eleito em 1948. Faleceu em 16/1/1969.
Lindolfo Gomes Vidal (Santo Antonio), duas vezes prefeito de Santo Antônio, eleito em 1962 e 1972.
Alfredo Mesquita Filho (Macaíba), prefeito nomeado de sua terra natal no período de 1936 a 1941 e eleito em 1958.
João Severiano Câmara (Baixa Verde - Mato Grande, 8/3/1895 – Natal. 19/1/1947), primeiro prefeito constitucional de Baixa Verde, atual cidade de João Câmara, eleito em 1928.
Antonio Cleophas da Silva, vulgo Totô Jacinto (Nova Cruz, 9/4/1887 e falecido em 1969) avô de Cassiano Arruda Câmara.
Tomaz Salustino Gomes de Melo (Currais Novos, 6/9/1880 – Natal, 30/6/1963), filho deManoel Salustiano Gomes e de Ananilia Regina de Araújo.
José Augusto Bezerra de Medeiros (Caicó, 22/9/1884 – Rio de Janeiro, 28/5/1971), filho deManoel Augusto Bezerra de Araújo e Cândida Olindina de Medeiros. Casado com Alice de Godoy Bezerra de Medeiros
Juvenal Lamartine de Faria (Serra Negra do Norte, 9/8/1874 – Natal, 18/4/1956).
FRANCISCO GURGEL DE OLIVEIRA, natural de Caraúbas-RN, em 7 de setembro de 1848 e faleceu em Mossoró no dia 7 de janeiro de 1910. Era filho CoronelAntonio Francisco de Oliveira, nascido em Apodi, no dia10 de dezembro de 1784 e faleceu em Caraúbas em 19 de março de 1871; e deQuitéria Ferreira de São Luiz.Casou-se com sua prima MARIA DOS ANJOS DE OLIVEIRA, natural de Caraúbas, nascida em 2 de agosto de 1849 e faleceu em Mososró em14 de dezembro de 1878, filha de Luiz Gonzaga de Brito Guerra e Maria Mafalda de Oliveira, com os seguintes filhos:Joana de Oliveira (1868-1875), José Antonio 91869 – 1878), Rosa de Lima Gurgel Pinto (30/08/1871 – 03/04/1921). Casou-se em segundas núpciasem 9 de outubro de 1880, com sua cunhada Apolônia Ferreira da Nóbrega (09/02/1866 – 15/09/1909), com os seguintes filhos: Padre Elesbão Gurgel (27/10/1881 – 27/02/1941), ordenou-se emTerezinha-PI, no dia24 de fevereiro de 1907; Alzira Gurgel Filgueira (10/4/1886 ), Alcina Gurgel (22/11/1890), Francisco Gurgel da Nóbrega (10/10/1895), Santidio Gurgel de Oliveira (05/01/1897 – 17/11/1968), Alde Gurgel de Oliveira (07/03/1907) e JeremIAS Gurgelm de Oliveira (18/10/1903 – 05/09/1961).Foi prefeito de Mossoró no período de 1877-1880. Deputado Federal pelo Rio Grande do Norte, eleito em1º de março de 1894 e reeleito na 2ª legislatura, (1897-1899) e Governador do Rio Grande do Norte, no período de 6 de agosto de 1891 a 9 de setembro de 1891. Portanto, esse caraubense de nascimento e mossoroense de coração fazem parte da história da Justiça do Rio Grande do Norte
ESPOSA
MARIA DOS ANJOS DE OLIVEIRA, natural de Caraúbas, nascida em 2 de agosto de 1849 e faleceu em Mososró em14 de dezembro de 1878, filha de Luiz Gonzaga de Brito Guerra e Maria Mafalda de Oliveira
Jose Maria das Chagas, nasci no sítio Picada I. em Mossoró-RN,filho do assuense MANUEL FRANCISCO DAS CHAGAS e da mossoroense LUZIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, com 14 irmãos. Ingressei nas fileiras da gloriosa e amada Polícia Militar do Rio Grande do Norte no dia II-VII-MCMLXXX com o número 80412. Casei-me em XV-IX-
MCMLXXXIII com a apodiense MARIA ELIETE BEZERRA (XXIII-VIII-MCMLXIII), pai de 5 filhos: PATRÍCIA ( NASCIDA A XVII - VIII - MCMLXXXIII FALECIDA EM VIII - XI - MCMLXXXV), JOTAEMESHON WHAKYSHON (I - X - MCMLXXXVI), JACKSHON (FALECIDO) E MARÍLIA JULLYETTH (XXIX - XI - MCMXC).Atualmente convivo com outra apodiense KELLY CRISTINA TORRES (XXVIII-X - MCMLXXVI), pai de JOTA JÚNIOR (XIV - VII - IMM). JÁ PUBLIQUEI TRÊS TRABALHOS: CHIQUINHO GERMANO -A ÚLTIMA LIDERANÇA DOS ANOS 60 DO SERTÃO POTIGUAR, COMARCA DE APODI EM REVISTA e A HISTÓRIA DA COMPANHIA DE POLÍCIA MILITAR DE APODI
A SUA ENCICLOPÉDIA DIGITAL- A MAIOR FONTE DE INFORMAÇÕES ANTIGAS E ATUAIS DO RIO GRANDE DO NORTE, CRIADO PELO STPM JOTA MARIA, A 28 DE DEZEMBRO DE 2008, COM 12 BLOGS E 904 LINKS. @EQUIPE: JOTA MARIA, JOTAEMESHON WHAKYSHON, JULLYETTH BEZERRA E JOTA JÚNIOR
Patente surgida com a criação da Guarda Nacional pela Regência Trina Permanente, eleita pela Assembléia Geral, em 17/6/1831,substituída pela Regência Uma em 12/10/1835, através de uma lei datada de 18 de agosto de 1831, em substituição às antigas Milícias de 0rdenação. Em plena crise da Regência, ela nasce para garantir a ordem interna nas províncias e áreas distantes do poder central. Seus comandantes são os grandes proprietários rurais, que atingem até a patente de coronel. Muitos desses coronéis enriqueceram com a indústria da seca na região do Nordeste, como também deixaram essa terrível herança para a maioria de nossos atuais políticos, que deverá ser extinta com a realização da transposição do Rio São Francisco. Os milicianos são recrutados entre empregados, agregados e a população pobre em geral. Eles combatem quilombos, perseguem negros fugitivos e expulsam posseiros e índios das fazendas. Após a proclamação da República, a Guarda Nacional é extinta, mas os coronéis mantêm o poder em suas terras e em área de influência, especialmente nos sertões do Nordeste. Eles garantem a eleição de candidatos do governo federal e estadual, fazem propaganda, controlam as eleições e a apuração. Trocam de favores por votos, prática que se apóia nas velhas relações paternalistas nascidas na sociedade colonial. Isso dos coronéis peças fundamentais para o sucesso da “política dos governadores”, esquema montado pelo presidente da República Manoel Ferraz de Campos Sales (15/11/1892 – 15/11/1902), nascido a 13 de fevereiro de 1841 e falecido em 26 de junho de 1913. Todo esse poder só começa a se extinguir com a urbanização e a industrialização do País. Sobretudo a partir de 1930. Estando atualmente em quase total extinção. Acho que depois do desaparecimento de Chiquinho Germano o coronelismo em nossa região venha ser extinto por completamente. Queremos ressaltar que o penúltimo coronel e penúltima liderança política dos anos 60 - Aluízio Alves, nascido a 11/8/1921, faleceu no dia 6 de maio de 2006, com 84 anos de idade